Passado e presente desenham o futuro

Foram muitas informações ao longo das inúmeras eportagens realizadas com o senhor Adelino Colombo. O último
encontro, às vésperas dos 61 anos da Lojas Colombo, foi em companhia de Eduardo,
que agora assume o lugar do avô para a continuação da história iniciada pelo audacioso farroupilhense. Acompanhe um pouco do tanto que Adelino Colombo compartilhou conosco

“Acredito no país e sei que vamos vencer a pandemia e resolver nossos problemas”. Esta foi uma frase de uma das últimas entrevistas realizadas com o senhor Adelino Colombo, em novembro de 2020, quando a Lojas Colombo completava 61 anos. Mesmo em tempos difíceis, como estes vividos em consequência do coronavírus, a rede fundada pelo empresário mostrava expansão, com a abertura de novos segmentos de negócios.

A receita foi transmitida ao neto Carlos Eduardo Colombo, que assume o lugar do avô: manter a empresa capitalizada e rentável, priorizando as pessoas que trabalham por ela. Esse foi o teor da reportagem na ocasião, que nasceu da entrevista cedida pela dupla.
O senhor Colombo sempre foi um otimista e suas frases exaltavam essa característica, que lhe emprestou garra ao longo da trajetória iniciada aos 17 anos, no armazém do senhor Pascoal. Naquela época, todos que tinham contato com o jovem Adelino sabiam que ele queria trabalhar no comércio, “como aquelas pessoas que ficavam atrás do balcão, com um lápis sobre a orelha”, acrescentou certa vez.
Foi a mãe, dona Emma, conhecedora do desejo do filho, quem buscou a oportunidade. Foi o pai, seu José Achiles, quem aceitou ser avalista das promissórias para pagar o senhor Pascoal, que havia feito a proposta de compra do armazém ao jovem Adelino. Conversando sobre este início, senhor Colombo disse: “Meu pai era um pequeno agricultor e o valor para o negócio era muitas vezes maior que o patrimônio dele! Enfim, consegui os empréstimos e em 90 dias paguei a conta. Confesso que ainda hoje eu me pergunto como as pessoas tiveram coragem de emprestar dinheiro para um rapaz de 24 anos! Sonhava em ser empresário, mas não tão rápido como aconteceu”.
O filho de agricultores que corria descalço pelas terras quando criança, despontava promissor nos negócios.
Aos 24 anos conheceu a companheira de vida, dona Ruth, com quem se casou em 1956 – três anos antes de iniciar a loja que seria a primeira de uma rede expressiva no Brasil – e teve os filhos: Gissela, Carlos Alberto, Karin Suzy e Carla e mais 10 netos e dois bisnetos.
Marcou-me a informação recebida sobre a opção de sempre investir na empresa, ideia apoiada pela esposa Ruth. “Sempre fortalecemos a empresa, então nunca a descapitalizamos, com isso levando uma vida moderada, simples. O sonho da minha esposa era ter uma casa própria e ela esperou 25 anos para isso porque tivemos nosso apartamento em nossas bodas de prata”.
Vida simples e moderada para o homem que ganhou todos os prêmios instituídos na área comercial – 170 ao todo – sendo o mais importante para ele, segundo sua própria confissão, a comenda de “Mérito Farroupilha”, a distinção máxima da Assembleia Legislativa do Estado destinada às pessoas que contribuíram para o desenvolvimento econômico, social e cultural do Rio Grande do Sul.
Viajou pelo mundo, ressaltando que havia gostado muito de Singapura, Dubai e Paris, mas elegeu o melhor lugar: “Farroupilha! A cidade da gente é sempre a melhor”.
Pelo amor à cidade, contribuiu muito com seu progresso e se orgulhava disso, especialmente pelos empregos gerados, pelas famílias que, direta ou indiretamente, dependem das Lojas Colombo. Declarou a respeito: “Sinto muita satisfação por isso, mas não me sinto realizado. Realizado nunca, porque sempre haverá algo a mais a ser feito”.
Seguindo esta linha, a grande rede de varejo vai continuar cuidando de tudo o que conquistou ao longo destas seis décadas de atuação, apostando no trabalho, agora liderado pelo neto Eduardo, que compartilhou a vida e o cotidiano profissional ao lado do avô nos últimos anos.
A trajetória de sucesso da Lojas Colombo continuará, com a benção da confiança de seu fundador, que viveu 90 anos inspirando pessoas e fazendo negócios como ninguém.

REPORTAGEM: Claudia Iembo