Mês da mulher: Mais mulheres cooperadas na Nova Aliança
Vinícola Cooperativa tem 128 mulheres associadas e outras 62 no quadro de colaboradores

O mundo do vinho sempre foi um ambiente majoritariamente masculino, do vinhedo à taça. Há 10 anos, era muito mais difícil encontrar mulheres trabalhando em vinícolas ou participando de degustações. Mas elas sempre estiveram, direta ou indiretamente, envolvidas com a cultura da uva, dividindo seu tempo em uma jornada tripla entre ser mãe, os afazeres da casa e o trabalho no vinhedo. Assim, a mulher na Nova Aliança Vinícola Cooperativa, passou a ocupar novos espaços e a dividir tarefas com o homem, que vão desde o preparo do solo até a condução do trator ou do caminhão, que leva a uva recém colhida até a vinícola.
Na Nova Aliança Vinícola Cooperativa são mais de 600 famílias cooperadas em 15 municípios gaúchos. Elas cultivam 44 variedades de uvas (8 delas em sistema de manejo orgânico), totalizando cerca de 40 milhões de quilos todos os anos. Tradicionalmente, sempre foram os homens os associados, mas esta realidade vem mudando com a participação das mulheres de forma mais efetiva em trabalhos que deixaram de ser exclusivos deles.

A produtora Giseli Boldrin Rossi, de Nova Pádua – município com pouco mais de 2.500 habitantes – é um exemplo da força feminina na cooperativa. Sem deixar de lado o trabalho no campo, ela cursou Geografia, fez pós-graduação em História e Geografia do Brasil e também em Gestão Escolar, e foi professora dos 18 aos 23 anos. Quando se tornou mãe, passou a se dedicar integralmente à agricultura no cultivo da uva e do pêssego. A relação com a Nova Aliança está na família a gerações, motivo que sempre a orgulhou. “Tenho a visão de todo processo. Sei o quanto é importante trabalhar de forma colaborativa, pensando no todo, do cultivo da uva, passando pelo processo de elaboração, até chegar à mesa do consumidor. E para isso, precisamos entregar qualidade para permanecer no mercado”, destaca. Além de agricultora, Giseli é mãe de Luana (18) e Patrick (16). Já foi presidente da Câmara de Vereadores de Nova Pádua e no último pleito se reelegeu com o maior número de votos. Hoje com 42 anos, ela planta, colhe e entrega. No volante do trator ou do caminhão, Giseli conduz sua família ao lado do esposo como aprendeu com seus pais.

Outro exemplo da força feminina na Nova Aliança é a produtora Marli Cervelin Formalioni (55), moradora da Linha Jacinto, 2º distrito de Farroupilha. Mãe da Andressa (30), Doutoranda em Esporte pela Universidade de São Paulo (USP), e do Lucas (26), viticultor cooperado, ela divide seu tempo trabalhando no cultivo de uva, caqui e ameixa. Além da roça, tem participação ativa na comunidade como Ministra da Comunhão e coordenadora do Movimento de Cursilhos de Cristandade de Pinto Bandeira, além de atuar na equipe de restauro do Santuário Nossa Senhora do Rosário de Pompéia, também em Pinto Bandeira. Adora passear, frequentar festas, encontros e cursos, e ainda é integrante do Grupo Nani, que se apresenta na região resgatando a cultura italiana. “Tenho muito orgulho em dizer sou cooperada da Nova Aliança. Juntos, formamos uma família”, salienta.

Já Francieli Regina Zamiani Fleck (35), esposa do atual presidente da Nova Aliança, Sidimar Fleck, assumiu a responsabilidade laboral da propriedade para o marido poder cumprir com os compromissos junto à cooperativa. Sempre no campo, ela trabalha na pulverização, poda, colheita e carregamento da uva, enquanto Sidimar transporta a uva até a vinícola. Eles também mantêm um viveiro com mudas e porta-enxertos para venda. Mãe da Caroline (12), Francieli também tem participação ativa na comunidade.
Para dar voz às mulheres, dando-lhes autonomia para exercer as atividades de preferência, a Nova Aliança Vinícola Cooperativa mantém o Comitê das Mulheres da Nova Aliança, uma forma de promover a igualdade de gênero, o empoderamento e a participação delas nas atividades da cooperativa. O Comitê organiza eventos, realiza workshops, cursos e encontros durante o ano, abordando diferentes temas de interesse. O CEO da Nova Aliança Vinícola Cooperativa, Heleno Facchin, reforça a atuação da mulher no campo, passando pela indústria, até chegar ao varejo. “Foi-se o tempo que a mulher atuava anonimamente. Hoje, ela tem voz, atitude e faz parte do movimento cooperativo de forma igualitária. E esta presença vem aumentando ano após ano”. Atualmente, dos 602 cooperados, 128 são mulheres e dos 193 funcionários efetivos, 62 são do sexo feminino.