Com ele, a diversão é garantida
Difícil conversar com o senhor Francisco Inácio Backes sem rir das piadas que faz. Na sabedoria de seus quase 73 anos, o apreço pela leveza da vida
“Brincando a gente morre, imagine se não brincar!”, a frase é de alguém que consegue facilmente achar graça no cotidiano e conhece a arte de fazer as pessoas rirem, deixando tudo mais leve e claro, divertido. Assim é, na maior parte do tempo, o senhor Francisco Inácio Backes, bisneto do alemão Nicolau Backes, família vinda da Feliz, sua terra natal.
A mudança para Farroupilha aconteceu por amor. Literalmente. “Em 77, meu irmão, músico, ia vir fazer o carnaval no Clube Santa Rita e foi então que conheci a Inês, amor à primeira vista”, conta, sorrindo o senhor Backes, Inácio, como gosta de ser chamado.
Do casamento com a descendente de italianos, em 1979, vieram os filhos Cristiane e Vagner, nascidos na cidade, mas registrados na Feliz. “Era um pedido do meu pai e eu não queria contrariá-lo”, lembra.
Seu Backes sempre foi marceneiro e há 35 anos abriu sua própria empresa, a LB Esquadrias, na cidade de Bom Princípio. Vendeu esquadrias de madeira para todo o estado e também para fora do país, como as 2200 portas enviadas ao Caribe, em 2001. Mercado forte de clientes em Porto Alegre e Canoas. “Hoje, as esquadrias de madeira foram substituídas por alumínio e PVC porque a madeira tornou-se artigo caro, mas ainda assim mantenho a fábrica e hoje vou lá mais para me distrair”, conta.
Na verdade, seu Backes não deixa de ir à fábrica em Bom Princípio também por outros motivos. “Adoro ir para lá! Me divirto, falo alemão o tempo todo e na volta ainda paro no Morro da Batata, na Feliz, para matar a saudade”, entrega o descendente de alemães, cuja primeira língua aprendida foi exatamente a dos seus antepassados.
Onde ele mostra mais suas raízes alemãs? Quem responde é a esposa Inês. “No gosto pela comida! Adora uma salada de batata, bolinho de batata e vai sempre para a Feliz comer joelho de porco com chucrute”, diz a esposa, que todos os domingos não deixou o hábito italiano das sopas de agnolini. “Fui eu quem ensinou a ela cozinhar, mas hoje dá de dez a zero em mim”, acrescenta o marido.
Seu Backes se diverte com a conversa e faz rir quem está ao seu lado, especialmente a esposa com quem está há 45 anos. “Às vezes a gente tem que dizer a ele para parar, viu? ”, diz rindo a dona Inês.
Aos domingos, a família se reúne na casa deles, com filhos, nora, genro e os dois netos: Enzo e Davi. As risadas são garantidas. “Colocamos na rádio Imperial, com as bandinhas alemãs, e saímos dançamos e nos divertimos muito! ”, assegura o patriarca.
Na casa dos Backes, na mistura de italianos com alemães sobressai-se o gosto pela diversão. “Nós trabalhamos para viver”, conclui com sabedoria o brincalhão senhor Backes.