Você sabia que seu pet também pode ter câncer?
Evento promovido pelo Diagnose Vet – Patologia Veterinária e pelo Curso de Medicina Veterinária da FSG, debateu a rotina oncológica no dia a dia do Médico Veterinário
A relação com os animais de companhia mudou ao longo dos anos. Hoje eles são incluídos na estrutura familiar, sendo o diagnóstico de uma neoplasia ou câncer consentido com muita comoção pelos proprietários ou tutores desses animais, muitos dos quais tiveram experiências pessoais com membros da família, amigos ou consigo mesmo.
Atualmente o estudo das neoplasias têm surgido em grande quantidade, não só entre humanos, como também entre os animais, sendo indicada como uma das maiores causas de óbito de animais de estimação (cães e gatos).
Nos países desenvolvidos, as neoplasias representam a principal causa de morte em cães. Estudos realizados no Brasil apontam o câncer como a segunda maior causa de mortes em animais de companhia e como a primeira, em animais idosos. Um estudo baseado no diagnóstico da causa morte em 2000 casos apontou o câncer como a maior causa, em animais de companhia, sendo que 45% dos cães com mais de 10 anos de idade morreram devido ao câncer.
As neoplasias/câncer ocorrem pelo acúmulo progressivo de mutações no genoma celular induzindo uma ruptura irreversível dos mecanismos de crescimento, diferenciação e morte celular. Trata-se do resultado de uma série de alterações genéticas e epigenéticas, que podem ter ocorrido durante um longo período de tempo. Estas alterações podem ser herdadas ou adquiridas, somaticamente, em consequência da exposição aos vários fatores ambientais, como determinadas substâncias químicas, radiações ionizantes, vírus oncogênicos, além de fatores genéticos.
Pensando na importância deste assunto o Laboratório Diagnose Vet – Patologia Veterinária, que localiza-se em Caxias do Sul em parceria com o Curso de Medicina Veterinária da FSG, trouxe dois grandes nomes do cenário da Oncologia Veterinária para ministrar palestras na I JORNADA DE DIAGNÓSTICO VETERINÁRIO DA SERRA GAÚCHA, que apresentou como tema aRotina Oncológica no dia a dia da clínica veterinária.
Na tarde de sábado, dia 07 de abril, foram ministradas três palestras, com os temas, Linfoma em felinos, Alterações laboratoriais e o Câncer e Mastocitoma, um dos tumores de pele mais diagnosticado hoje na rotina oncológica. As mesmas foram ministradas pela Dra Karen Batschinski e pelo Dr. Paulo César Yark, ambos de São Paulo e Médicos Veterinários Oncologistas.
Veterinária fala sobre questões que envolvem o câncer nos pets
A Dra. Gabriela Fredo, médica Veterinária Patologista e diretora do Diagnose Labortório Vet explica o trabalho que envolve o diagnóstico patológico em animais.
Qual é a linha de atuação do seu trabalho e do Diagnose Vet?
Gabriela: A preocupação e intenção do Diagnose Vet, além de prestar serviço de diagnóstico aos Médicos Veterinários que atendem esta demanda de casos oncológicos, é também realizar a proposta de educação continuada, um dos nossos diferenciais, não só da Unidade Veterinária, mas também do Grupo Diagnose.
O Diagnose Vet trabalha na linha de diagnóstico patológico de todas as patologias que acometem os animais, e em nossa rotina diariamente notamos o crescente diagnóstico de câncer em cães e gatos. Por isso nossa preocupação além de atuar no dianóstico e prognóstico, é também alertar aos tutores da importância de saber que seu pet também pode apresentar doenças de extrema semelhança com a dos humanos.
E como sei e meu pet pode estar com câncer?
Gabriela: Alertamos sempre ao aparecimento de nódulos e feridas que não cicatrizam, inflamações persistentes e sem resposta à medicação prescrita, perda de peso sem motivo aparente e alterações no comportamento, como cansaço, prostração e falta de apetite. Vômitos, diarreia e odores fortes também são indícios de que o animal pode estar com um câncer. Lembrando que os gatos costumam se isolar quando não se sentem bem, o que também pode ser um sinal. Sempre que observar estas reações adversas, procure o médico veterinário do seu pet.
E o câncer nos pets tem cura?
Gabriela: Sim, mas tudo irá depender do tipo de câncer diagnosticado, e do estágio da doença. Por isso, sempre enfatizamos a necessidade de uma boa conduta clínica e diagnóstica nestes casos. E sem falar na prevenção, que também é fundamental e que as vezes acabamos por não praticá-la. Por exemplo, animais de pelagem branca, com pelos curtos, se usarem protetor solar e não forem expostos ao sol nos horários prejudiciais, poderão prevenir o câncer de pele. Já é comprovado que os tumores de mama na fêmea e que tumores testiculares nos machos podem ser evitados com a castração precoce. E que os gatos com doenças virais imunossupressoras como FIV e FeLV tem maiores probabilidades de apresentarem tumores como os Linfomas.