Um 2025 que começa desafiador
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Germano Rigotto
ex-governador
do Rio Grande do Sul
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Todo início de ano é época de esperança, de energia renovada e de planejar o novo ciclo que virá pela frente. Uma expectativa que projetamos também para os governos, à espera de medidas que beneficiem a população e gerem desenvolvimento. No entanto, o 2025 que recém começa traz consigo uma série de desafios.
Em que pese a economia aquecida, com menor desemprego da história e um PIB crescendo acima do esperado, essas conquistas estão em risco. O descontrole cambial, com o dólar em disparada, ameaça pressionar a inflação, ao refletir no maior custo com insumos importados – e que se refletem nos preços ao consumidor.
Há descontrole também fiscal: apesar das tentativas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a União segue com dificuldades para segurar os gastos públicos. Some-se a isso os juros em alta – e com perspectiva de mais aumentos –, e temos um cenário que pode ser dramático para a economia.
No Estado, ainda prosseguirá o esforço de recuperação após as enchentes. Empresas e produtores rurais seguirão precisando de apoio público e privado para sua retomada. O clima nos favorece, sem um El Niño pela frente, como ano passado, mas não se pode baixar a guarda. Os esforços para evitar novas tragédias devem ser intensificados.
Já nos municípios, centenas de novos prefeitos assumem seus cargos, trazendo renovação e a expectativa de mudanças em suas cidades. Para as cidades, todavia, o pacto federativo ainda é um revés, concentrando os recursos na União. Aos gestores, cabe buscar cada verba possível – e otimizar com criatividade e eficiência o dinheiro que fica nas comunidades, em prol da população.
É um ano que começa muito mais desafiador do que 2024, mas para o qual não devemos olhar com desalento. Pelo contrário: é hora de envidarmos esforços e esperanças para que cada ente da federação se recupere e construa saídas para esses obstáculos. Que este seja a tônica dos gestores e dos parlamentares neste 2025 – e que possamos encerrar o ano muito melhor do que começamos.