Sobre o viver e o morrer
“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai das misericórdias e Deus de toda consolação, que nos consola em todas as nossas tribulações, para que, com a consolação que recebemos de Deus, possamos consolar os que estão passando por tribulações. Pois assim como os sofrimentos de Cristo transbordam sobre nós, também por meio de Cristo transborda a nossa consolação” (2 Cor 1, 3-5).
“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai das misericórdias e Deus de toda consolação, que nos consola em todas as nossas tribulações, para que, com a consolação que recebemos de Deus, possamos consolar os que estão passando por tribulações. Pois assim como os sofrimentos de Cristo transbordam sobre nós, também por meio de Cristo transborda a nossa consolação” (2 Cor 1, 3-5).
Disse o Papa Francisco, no programa transmitido pela TV 2000: “Tenho plena consciência de que nos suicídios não há plena liberdade. Ajuda-me o que o Cura d’Ars disse à viúva cujo esposo se suicidou jogando-se de uma ponte em um rio. Disse: ‘Senhora, entre a ponte e o rio está a misericórdia de Deus’. Porque acredito que no suicídio não há uma plena liberdade, mas é a minha opinião”,. O Catecismo da Igreja Católica ensina que não se deve “desesperar da salvação das pessoas que se mataram. Deus é misericórdia, Ele pode dar a graça do seu perdão ao pecador arrependido. A Igreja reza pelas pessoas que atentaram contra a própria vida.” O Brasil é o 4º país com maior índice de suicídio no mundo; de acordo com a OMS. Mortes poderiam ser evitadas se as pessoas recebessem atenção qualificada. Segundo a reportagem da Zero Hora, dos dias 17 e 18 de setembro, informa que o RS é o estado com as maiores taxas de suicídio no país. Houve um aumento nos casos de depressão, conforme pesquisa realizada pela Universidade Federal de Pelotas, mostrou que a doença estava inferior a 10% antes da COVID, e agora passou de 13,5% no Brasil e no Rio Grande do Sul, era 13 % antes da pandemia e, agora, são 16%. Depois da pandemia do COVID, tivemos a pandemia da ansiedade e da depressão. Entre jovens na faixa etária de 15 a 19 anos, a maior causa de morte é o suicídio informa a coordenação do Centro de Promoção à Vida e Prevenção ao Suicídio (CPV). Os sonhos dos nossos jovens ficaram no papel diante da obrigatoriedade de ficar em casa, presenciando mortes de entes queridos pela COVID, realizar suas atividades de forma home office, privados do contato dos amigos e colegas de colégio para partilhar a convivência e os obstáculos apresentados para conseguir o primeiro emprego com o objetivo de cuidar da vida do outro. O Papa Francisco várias vezes manifestou sua preocupação com os casos registrados de suicídio, sobretudo entre os jovens. Para o Papa, o principal motivo é a falta de perspectiva. Há formas de identificar pessoas com depressão, ainda que muitas escondam bem a tristeza. Alterações de rotina, hábitos alimentares ou de sono, falta de interesse pela vida. No caso do suicídio, são comuns relatos de que a vida está muito difícil, de que a pessoa gostaria de morrer. Podem aparecer comportamentos de riscos e automutilação entre jovens. Pessoas com risco de suicídio merecem atenção. Geralmente o indivíduo sente um sofrimento intenso, que se torna cumulativo e uma gota d’água pode causar o desfecho final por não conseguir ver outra saída, que está associada a problemas de saúde mental, como depressão, transtorno de humor, entre outros, destaca a Associação Brasileira de Psiquiatria. Para combater os números de suicídio, o governo gaúcho desenvolve planos de ações entre 2022 a 2025. Entre as iniciativas, as prefeituras elaboraram planos municipais de promoção a vida, desenvolvendo campanhas de conscientização e ampliar os serviços de psicologia e psiquiatria para a comunidade. O acompanhamento psicológico e psiquiátrico tem salvado pessoas do suicídio. Como ajudar uma pessoa em depressão? Saber escutar e ouvir a pessoa sem julgar; incentivar a pessoa a buscar ajuda com profissionais da área da psicologia ou psiquiatria; acompanhar a pessoa, para saber como ela está, seja presente na vida da pessoa; se coloque no lugar do outro, EMPATIA, verbalizando com frases: “estou ao teu lado”, “Tua vida é muito importante para nós”. Sejamos suporte uns para com os outros e não cairemos no abismo do nada!
Padre Ricardo Fontana
Reitor do Santuário de Caravaggio