Claiton quer Centro de Diagnóstico de Câncer para atender a região

Hospital do Amor, de Barretos, apresentou proposta para prefeitos da região.
Projeto passará por Chamada Pública para implantação

Aumentar a capacidade da região nos diagnósticos precoces de câncer e encaminhar os pacientes para tratamento mais adequado, ágil e humanizado, possibilitando mais sucesso na cura da doença são alguns dos objetivos da prefeitura de Farroupilha, que pretende utilizar o prédio que foi construído para abrigar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para instalar um centro de diagnóstico de câncer no município.
A proposta foi apresentada nesta terça-feira, dia 29, para os prefeitos que compõem a Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne), durante reunião ordinária da entidade que debateu assuntos gerais e também foi marcada pela posse do novo presidente, o prefeito de Veranópolis, Waldemar de Carli.
Na ocasião, o médico Dr. Cleyton Dias Souza, do Hospital de Amor (HA) – também conhecido como Hospital de Câncer de Barretos -, apresentou a estrutura da instituição e a forma de atendimento humanizado que já está espalhada em diversos estados do Brasil. Mantido pela Fundação Pio XII, o hospital é a maior instituição oncológica filantrópica do Brasil, com unidades nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte.
Com um orçamento de aproximadamente R$ 35 milhões mensais para custear as unidades e todas as atividades, o HA busca cerca de R$ 20 milhões em doações, eventos e parcerias com empresas e comunidades. O restante é custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A intenção do prefeito Claiton Gonçalves é realizar uma Chamada Pública para aproveitar a estrutura existente e oferecer o serviço no município, possibilitando a concorrência e a destinação da unidade para a entidade que melhor atender às necessidades de Farroupilha e região.
Segundo Souza, em Farroupilha a operação teria um investimento inicial de R$ 7 milhões, que poderiam ser bancados pela entidade paulista para instalação e começo das atividades. Posteriormente, o financiamento e o custeio poderá ser, em parte, por meio de credenciamento junto ao SUS, além de complementos em doações e de parte do Imposto de Renda de empresas e pessoas físicas. Nossas atividades se devem à solidariedade, parceria e doações. Todo mês corremos atrás do custeio das operações e tem dado certo, destacou Souza.
Os prefeitos dos municípios da Amesne se mostraram favoráveis à iniciativa do Prefeito de Farroupilha, Claiton Gonçalves, e declararam apoio para colocar em prática o projeto. De acordo com o Chefe do Executivo farroupilhense, a medida não pretende competir ou inviabilizar os centros de referência da região para tratamento oncológico, localizados em Bento Gonçalves, no Hospital Tacchini, e em Caxias do Sul, no Hospital Geral e que atendem pelo SUS. A nossa ideia é ser uma porta a mais para o diagnóstico e tratamento e, principalmente, para buscarmos aqueles pacientes que, muitas vezes, não têm acesso aos exames preventivos. Se, de cada 100 pessoas que analisarmos, detectarmos um com necessidade de tratamento, já ganharemos o dia e o investimento terá valido a pena, pois conseguiremos reduzir os índices de mortalidade e melhorar as condições de tratamento, declara o prefeito.
Entre as intenções do prefeito Claiton, além da estrutura física do prédio, é a disponibilidade de uma unidade móvel equipada para o diagnóstico itinerante nas comunidades da região. Precisamos buscar estes pacientes onde eles estão, facilitando o acesso e levando os equipamentos até a porta de sua casa, se for necessário, declarou.
Outra possibilidade é a utilização de tecnologias como a telemedicina. O Hospital de Amor possui meios de diagnósticos por imagens que auxiliam no tratamento de câncer de pele, por exemplo. Por meio de aplicativo de celular, imagens são encaminhadas para avaliação. Esta técnica tem garantido agilidade na detecção de doenças de pele com uma eficiência de 80% de acerto nos diagnósticos, disse o doutor Souza.
Segundo a secretária de Saúde de Farroupilha, Rosane da Rosa, os próximos passos para a concretização do projeto passam pela documentação final do Ministério da Saúde permitindo a utilização do prédio da UPA para outra finalidade em saúde. Já encaminhamos toda a documentação necessária e aguardamos apenas a liberação, tendo em vista o decreto assinado pelo presidente ainda na semana passada, que permite o uso das UPAs, disse.
Além disso, o Hospital de Amor irá, nos próximos dias, encaminhar o projeto técnico e executivo para as possíveis adequações da instalação da UPA e instalação de equipamentos, bem como o orçamento final para a realização da proposta. Aguardamos a agenda com os engenheiros de Barretos para definirmos os detalhes finais, a forma de atendimento e os procedimentos que poderão ser realizados, salienta a secretária. Posteriormente será aberta a concorrência.