A UCS, o grafeno e o presidente Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro acenou positivamente ao convite para comparecer à inauguração da planta de produção de grafeno da Universidade

O presidente Jair Bolsonaro acenou positivamente ao convite para comparecer à inauguração da planta de produção de grafeno da Universidade de Caxias do Sul, prevista para o dia 14 de março (mas que pode ser remarcada de acordo com a agenda do presidente). A formalização foi feita na manhã desta quarta, dia 12, quando uma comitiva formada pelo presidente da Fundação Universidade de Caxias do Sul (FUCS), José Quadros dos Santos, o reitor Evaldo Kuiava, e o coordenador das pesquisas sobre grafeno na UCS, Diego Piazza, foi recebida no Palácio do Planalto, em Brasília (DF). “Temos 99% de certeza que o presidente estará na inauguração, embora a agenda dele seja complexa, com compromissos internacionais no mês de março”, adianta Quadros. Os gestores da UCS também convidaram Bolsonaro para as Surdolimpíadas, evento mundial que ocorre de 5 a 21 de dezembro de 2021 e que terá o campus da Universidade como sede.

Denominada UCS Graphene, a planta e todo o conceito sobre a pesquisa e produção do material estão integrados ao Parque de Ciência, Tecnologia e Inovação da Universidade, o TecnoUCS. A planta iniciará operações produzindo 500 kg do material por ano, com potencial para expansão a até 5.000 kg anuais. A audiência com o presidente foi intermediada pelo deputado federal Bibo Nunes (PSL), também presente no encontro. O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, acompanha o projeto da UCS na área do grafeno desde seu início.

Considerado o principal recurso da atualidade para aplicações em alta tecnologia, o grafeno é pesquisado na UCS desde 2005, com desenvolvimentos nas áreas de nanotecnologia, medicina regenerativa, revestimentos avançados, tecidos inteligentes e segurança alimentar, entre outras. Por ser o material mais leve e resistente que existe, com altíssima condutividade térmica e elétrica, a Universidade aposta na oferta de grafeno em escala industrial como meio para o avanço tecnológico da matriz econômica regional. “Investindo em pesquisa e inovação estamos cumprindo nosso papel em prol do desenvolvimento do país por meio da ciência e da tecnologia”, define Kuiava.

Para as pesquisas e o desenvolvimento do know-how produtivo do grafeno, a UCS conta com parcerias firmadas com a Universidade de Singapura e com a Universidade Mackenzie, de São Paulo, referências internacional e nacional na tecnologia. No segmento empresarial, a Universidade já assinou um termo de cooperação técnico-científica com a Marcopolo com o objetivo de permitir a contratação e o desenvolvimento de pesquisas, projetos e serviços técnicos e tecnológicos em materiais avançados, especialmente o grafeno, e tratativas com as empresas Gerdau, Randon e Sanmartín.

 

SAIBA MAIS SOBRE O GRAFENO

– O grafeno é uma das formas alotrópicas do carbono, assim como o diamante, o carvão e o grafite, do qual é oriundo, caracterizando-se pela organização hexagonal dos átomos. Foi isolado pela primeira vez em 2004, na Inglaterra, pelos cientistas Andre K. Geim e Konstantin S. Novoselov, em uma pesquisa que ganhou o Prêmio Nobel de Física.

– Caracteriza-se por ser um material de elevada transparência, leve, maleável, resistente ao impacto e à flexão, ótimo condutor térmico e elétrico, entre outras propriedades.

– O grafeno é o material mais leve e forte do mundo (200 vezes mais resistente do que o aço), superando até mesmo o diamante. Uma folha de grafeno de 1 metro quadrado pesa 0,0077 gramas e é capaz de suportar até 4 kg.

– Também é o material mais fino que existe (da espessura de um átomo, ou 1 milhão de vezes menor que um fio de cabelo).

– Possui, ainda, elevadíssima condutividade elétrica, uma vez que os elétrons se movem através do grafeno praticamente sem nenhuma resistência e aparentemente sem massa.

– Por ser uma tecnologia disruptiva, o grafeno tende a competir com tecnologias existentes e substituir materiais com décadas de uso. Seu uso permitirá desenvolver novos materiais, com alta resistência mecânica, capacidade de transmissão de dados e economia de energia.

– Como material de alta engenharia, destaca-se o emprego em nanotecnologia, na produção de telas e displays LCD e touchscreens de televisores, computadores e celulares, mais resistentes e flexíveis; componentes eletrônicos com altíssima capacidade de armazenamento e processamento de dados; e baterias de recarga instantânea, entre outras aplicações.