Banrisul apresenta resultados e diz ter recursos e “apetite” para financiar investimentos no RS

Crescimento de mais de 20% no lucro recorrente e menor inadimplência entre
os grandes bancos foram destaques nos resultados de 2018 do banco gaúcho

Divulgados na terça-feira (12), os resultados financeiros de 2018 do Banrisul mostraram evolução nos principais indicadores financeiros. O banco público gaúcho obteve aumento de 20,3% no lucro líquido recorrente – que chegou a R$ 1,09 bilhão, maior valor em 90 anos de história. Nesse quesito, a instituição teve desempenho percentual superior a alguns dos principais players privados nacionais: enquanto a expansão no Banco Bradesco foi de 13,4%, a do Itaú Unibanco chegou a 3,4%.

Segundo o presidente Luiz Gonzaga Veras Mota, há “apetite para financiar investimentos no Rio Grande do Sul”. “Temos mais de R$ 2 bilhões no BNDES em linhas para repasse no estado. Há uma confiança para a retomada da economia, e o banco está preparado para esse momento. Estamos prospectando operações, à disposição para quem quer desenvolver-se aqui”, declarou.
Ao longo de 2018, a carteira de crédito do banco cresceu 8,6%, impulsionada pela alta liquidez. Trata-se de um aumento percentual superior ao registrado por Bradesco (7,8%) e Itaú (7,9%). Também foi um crescimento superior ao mercado de crédito em todo o Brasil – que subiu 5,5%, segundo documento divulgado pelo Banco Central na última sexta-feira (8). O crédito comercial – financiamento das famílias e capital de giro das empresas – cresceu em linha com o mercado nacional: 11,2%.

Através de concessão de crédito, o Banrisul injetou R$ 47,2 bilhões na economia gaúcha em 2018. O índice de cobertura, que chegou a 300%, também foi ressaltado: “Para cada real de inadimplência, temos três guardados. Isso nos dá segurança para seguir multiplicando a oferta de crédito”, pontuou. Bradesco (245%), Santander (241%) e Itaú (200%) tiveram performances inferiores ao Banrisul no ano que passou.

Boa parte dos mais de R$ 34 bilhões em operações destinam-se ao varejo – tanto pessoas físicas como jurídicas. São 73,4% para essa parcela, ou R$ 25 bilhões. O setor imobiliário representa 12,1%, ou R$ 4,1 bilhões. Crédito rural (R$ 2,4 bilhões), câmbio (R$ 1,5 bilhão) e financiamento de longo prazo (R$ 920 milhões) completam a carteira. “No auge da crise, em 2015, houve uma baixa na oferta de crédito. Retomamos definitivamente agora, e ainda há muito espaço para crescer”, pontuou o executivo.

Redução da inadimplência
Um dos grandes destaques da gestão da estatal gaúcha foi a redução da inadimplência. Índice estipulado pelo Banco Central – que considera contas atrasadas em mais de 90 dias – foi de apenas 2,6%. Em apenas dois anos, o percentual reduziu praticamente pela metade: era de 5% em 2016. No ano passado, foi o melhor desempenho na comparação com os três principais bancos privados do país: Bradesco e Itaú atingiram 3,5%, e Santander chegou a 3,1%.

Os ativos totais do Banrisul subiram em 5,6%, somando avanço de 30% nos últimos quatro anos. E o retorno sobre os ativos (ROA) também animou a diretoria, pois o resultado está em linha com as grandes instituições financeiras nacionais. Com média anual de 1,5%, o percentual ficou em cerca de 1,7% nos últimos dois trimestres – desempenho semelhante a Bradesco, Itaú e Santander, com 1,6%, 1,6% e 1,7%, respectivamente.