Centro de recuperação para pais ausentes

Criar um filho está cada vez mais desafiador. Além de bebidas alcoólicas e drogas, outro fator que tem preocupado os

Criar um filho está cada vez mais desafiador. Além de bebidas alcoólicas e drogas, outro fator que tem preocupado os pais é a questão da insegurança nas escolas. Mas porque os jovens se envolvem tanto em comportamentos de risco? Será que eles estão querendo enviar alguma mensagem?
A resposta – se é que ela existe – pode estar no best-seller As cinco linguagens do amor. Segundo o autor, Gary Chapman, cada criança possui um modo especial e particular de perceber amor. O desafio dos pais é aprender a identificar a linguagem que tem mais a ver com seus filhos.
Toque físico: Colocar o filho no colo, abraçar e beijar, são boas maneiras de dizer eu te amo. Desventuradamente, muitos pais tocam os filhos apenas quando necessário: ao vesti-los ou tirar-lhes as roupas ou para carregá-los dormindo até a cama. Cuidado! Uma garota, quando chega à pré-adolescência e nota o afastamento do pai, tem grande chance de buscar afeto de outro homem e, com frequência, de forma prejudicial e equivocada.
Palavras de afirmação: Frases de apoio, empoderamento e reconhecimento nutrem o senso interior de valor e segurança da criança e faz com que ela se sinta mais confiante e amada – e expressam a frase: Eu me importo com você. Quando o José, de 12 anos, acha que não vai conseguir tirar boas notas na escola, eu o encorajo: Vai lá filho, que você vai mandar bem!.
Tempo de qualidade: Assistir a filmes na Netflix comendo pipoca – ou ler O esquisito da Praça da Caixa d’Água ou O homem que plantou árvores (à venda na Revistaria Nascente) para ele antes de dormir – é o presente da presença dos pais junto do filho. Isso comunica a mensagem: Gosto de estar com você.
Presentes: É uma boa forma de materializar seus sentimentos, mas cuidado para não encher seu filho de mimos com a intenção de compensar a deficiência nas outras linguagens de amor. Estar presente sempre é o melhor presente.
Em meio a uma geração que esqueceu que as relações familiares e afetivas precisam de uma base forte chamada amor, de fato, muitos comportamentos desagradáveis e reprováveis dos jovens são na realidade tentativas de conseguir a atenção dos pais. Por isso, concordo com quem defende que não são só os filhos que precisam de centro de recuperação, mas também os pais ausentes.