A Pedagogia do Oprimido

Acabei de ler “A Pedagogia do Oprimido”, de Paulo Freire, 70ª edição, 2019. Há opressores e oprimidos.Oprime-se quando se coloca

Acabei de ler “A Pedagogia do Oprimido”, de Paulo Freire, 70ª edição, 2019. Há opressores e oprimidos.
Oprime-se quando se coloca um país acima dos outros e uma pessoa acima das demais. O oprimido é a vítima, o explorado, colonizado, sem alimento, sem Disney, sem propriedade, sem valorização, sem pedagogia, sem voz, escravo, pária …

Freire escreveu: ‘ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo’. Professores e alunos (ambos) estão (ou deveriam estar) em contínuo movimento de busca do ‘ser mais’.

Todos são iguais e inconclusos nas suas diferenças. Não se deve invadir o outro. Impor uma cultura e um saber atenta contra a igualdade – é não valorizar. Não há que impor ensino pronto, currículos acabados, livros estreitos, religiões únicas, ou o que quer que seja, como se fossem absolutos. Nada é absoluto.
Talvez Deus seja absoluto. Qual deles? Tupã, Guaraci, Osíris, Rá, Afrodite, Apolo, Ogum, Iemanjá, Brahma, Buda, Shiva, Vixnu, Alá, Baiame, Jeová, Jesus, Alá, Inti, Viracocha, Hunab Ku, Tezcatiploca? (Alguns  em extinção.)

O mundo é sortido demais para os limites estreitos do absoluto. Respeitar o outro e o ambiente é essencial. Valorizar as diferenças. Lavar roupa. Esticar pedras no caminho. Colher uvas e vinhos. Vender. Administrar. Cuidar da horta. Dar lugar para todos. O trabalho digno faz parte da pessoa; não é mercadoria; é direito e obrigação; o trabalho é humano; não se vendem humanos. É preciso ir além da propriedade. É necessário humanizar as prateleiras, as máquinas, a propaganda, a família e a escola. Estas ideias do Paulo Freire me representam; ainda que, às vezes, tenha condutas avessas ao conceito. Crítica e autocrítica são necessárias para a boa pedagogia.

A construção de um mundo em que seja mais fácil amar nasce do declínio da opressão. O caminho é a inclusão de tudo e de todos com respeito e valorização. É a humildade de retificar os erros e equívocos sem destruir. É a grandeza de se encantar com os acertos e avançar.