A grandeza das pequenas coisas

Naquele dia acordei e cumprindo a primeira ação do dia, fui passar o café, que degusto sozinha. Peguei a embalagem

Naquele dia acordei e cumprindo a primeira ação do dia, fui passar o café, que degusto sozinha. Peguei a embalagem do pó e li: Aprecie a grandeza das pequenas coisas. Outra vez, o mesmo sinal recebido anteriormente na semana. 
Na última terça-feira, ouvi do poeta Fabrício Carpinejar o quanto é imprescindível prestarmos atenção aos detalhes, o quanto o amor é feito de futilidades. Coisas pequenas que alimentam a relação com aqueles que amamos. Quanta verdade encerrada nisso!

Às vezes, uma pergunta boba que não é feita ao familiar causa uma chateação desnecessária, assim como aquela falta de percepção quando o parceiro corta o cabelo, ou muda qualquer outro ponto na aparência. Detalhes, a diferença mora neles.
Várias informações ecoaram dentro de mim com as mensagens recebidas. No evento noturno de trabalho, que era mais prazer que obrigação, levei a mesma filha que na semana passada me chocou com a frase sobre a liberdade que sentiu por caminhar sem mim. 

As palavras que justificavam o tema do encontro Cuide de seus pais antes que seja tarde devem ter encontrado uma espécie de terreno fértil dentro de cada ouvinte. Senti a mão dela pegar na minha, dizendo muito mais do que seria capaz valendo-se da linguagem verbal. Se minha mãe estivesse por lá, teria feito o mesmo. Sinais captados.

Notei que quando entramos em casa, a primeira frase que ela disse ao pai foi: eu te amo. Bingo! Entendi que houve assimilação de tudo que foi ouvido. Eu também sai da palestra e liguei para minha mãe só para dizer: estou aqui. 

A grandeza das pequenas coisas realmente existe e fica ali pulsando bem em frente aos nossos olhos, ocupados demais, na maior parte do tempo, para perceberem tal magnitude. Apreciá-la é uma escolha. Antes que seja tarde.