Uma vida para salvar tantas outras
Ser bombeiro não é uma profissão que pode ser escolhida por qualquer pessoa, é preciso muita coragem.
Tiliko, agente voluntário da Defesa Civil do município, conta que para salvar vidas pondo em risco a própria vida, é preciso saber amar a farda

Eles são anjos sem asas e seu trabalho é salvar vidas, independente de qual a condição. Dia 02/07, foi comemorado o Dia dos Bombeiros. Apesar de não ser um bombeiro efetivo, há dois anos Edson Luis Tonin, mais conhecido como ‘Tiliko’, atua como agente voluntário da Defesa Civil de Farroupilha. Ele é presidente do Movimento dos Agentes Voluntários da Defesa Civil de Farroupilha (MOVDC) e também coordenador da Defesa Civil do município.
Duas turmas foram formadas pelo curso de agentes voluntários da Defesa Civil, nos anos de 2010 e 2011, somando
cerca de 110 alunos. Destes, 60 estão ativos, assim como Tiliko.
O trabalho dos agentes voluntários é prestar um serviço de apoio ao Corpo de Bombeiros e ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) quando necessário, como em caso de ocorrências maiores. Durante o
curso, eles recebem a mesma preparação que um bombeiro oficial tem, estando aptos para trabalhar de forma preventiva em socorros, assistências e recuperações, sendo o curso inclusive ministrado pelos próprios bombeiros.
No município, quatro agentes voluntários permanecem de prontidão junto à Polícia Rodoviária Estadual. O trabalho é totalmente voluntário e os agentes são pessoas comuns, maiores de 18 anos e que preencheram os requisitos e foram aprovadas nos exames do curso.
A ideia de trazer o curso de agentes para o município veio do comandante do Corpo de Bombeiros de Farroupilha,
Tenente Ivan Martins da Rosa, por análise da necessidade de maiores prestadores deste serviço, visto o aumento do número de ocorrências. O curso já era realizado no município de Bento Gonçalves, que serviu como modelo para Farroupilha. Atualmente a formação não está mais sendo oferecida, em virtude de um rompimento determinado pelo comando regional do Corpo de Bombeiros, para ampliar as condições de trabalho dos agentes.
O retorno do oferecimento do curso está sendo analisado via questão judicial.
Mesmo que em apenas dois anos de serviço como agente voluntário da Defesa Civil, Tiliko conta que já passou por diversas situações como um auxiliar da corporação do município. Entre as que mais se envolveu, ele destaca um acidente de trânsito com um caminhão de combustível, entre Bento Gonçalves e Veranópolis, cerca de um ano atrás. Felizmente não houve feridos, mas a pista permaneceu interditada por 18h. Foi preciso seis caminhões para apagar todo o fogo e um trabalho de mais de cinco horas, conta.
No momento, as maiores ocorrências no município se tratam de focos de incêndio devido a seca, mas um bombeiro ou um agente voluntário, precisa estar preparado para todos os episódios. É muito gratificante ajudar as pessoas em situações de extrema necessidade e desespero. Isso nos proporciona uma satisfação interna muito
grande, por amenizarmos a perda física e material das pessoas, analisa Tiliko.
Dentre os formandos do curso de agente voluntário, o presidente do MVC destaca o aluno William Lusa, que atualmente passou no concurso público para a Brigada Militar e está realizando as últimas análises avaliativas. Se for aprovado, William ainda deve fazer o curso de Bombeiro Militar, para então tornar-se um bombeiro efetivo.
Na corporação do município, ao todo são 22 bombeiros que prestam serviço à comunidade. Para resumir o trabalho de um bombeiro ou agente voluntário, Tiliko resume: Arriscamos a vida para salvar vidas de quem nem
conhecemos. Isto está em nosso sangue.