Uma safra de uva para ser comemorada em quantidade e qualidade

A previsão para a colheita de uvas deste ano no Rio Grande do Sul é de mais de 700 mil toneladas da fruta, e a Serra, responsável por cerca de 90% da produção no estado, se destaca nesta projeção

Adriana Lins
adrilins2009@hotmail.com

Em Farroupilha os dados completos estarão disponíveis nos próximos meses, mesmo assim, já se pode afirmar que a expectativa para a colheita da uva, deste ano, na opinião dos produtores e entidades ligadas ao setor vitivinícola, é extremamente positiva e supera os anos anteriores. A previsão para a safra proveniente da indústria, aquela enviada às vinícolas para o beneficiamento, é de uma colheita média de 70 a 75 milhões de quilos apenas no município.

De acordo com Márcio Ferrari, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares de Farroupilha, Sintrafar, os agricultores ressaltam que a colheita foi boa tanto em volume quanto em qualidade. “Um dos principais fatores para este resultado positivo foi o clima favorável, diferente do que aconteceu em 2024, onde houve uma quebra significativa na produção, devido ao excesso de chuva e, nos anos anteriores pela seca, o que provocou safras não tão expressivas”, comentou Ferrari.

As excelentes condições climáticas resultaram em maior concentração de açúcar e cor mais intensa dos grãos, além da acidez, ideal para a produção de vinhos e sucos de alta qualidade. A Serra é responsável por cerca de 90% da produção de uvas no estado. Deste montante, 85% são de variedades destinadas à fabricação de vinhos de mesa e sucos, enquanto os 10% restantes são para vinhos finos.

Conforme a Emater/RS-Ascar esperava-se uma safra com deficiências devido ao excesso de chuvas no outono e inverno, que mantiveram o solo saturado de água por vários meses. No entanto, o resultado surpreendeu, tanto no volume quanto na qualidade das uvas, perfeitas para a comercialização direta, como para a produção vitivinícola.

Para os produtores do município, a vitivinicultura enfrenta desafios constantes, não apenas em relação ao clima, mas com mão de obra, custos da propriedade e demais investimentos, que acabam impactando diretamente na produção e qualidade do fruto. E a necessidade de diversificação de variedades e investimentos em tecnologia para aprimorar a produção e a comercialização são prioridades. Nessa onda otimista, cooperativas vinícolas da região também comemoram a colheita deste ano, que mostrou um aumento de 25% a 35%, diferente de 2024, onde ouve uma quebra significativa.

A safra da uva é fundamental para a subsistência de muitos pequenos produtores de Farroupilha, que encontram na viticultura uma fonte de renda estável e sustentável. A colheita deste ano, com resultados excepcionais, garante a continuidade do trabalho dessas famílias e a preservação da tradição vitivinícola da região. Com relação a melhorias a Administração Pública vem buscando alternativas para resolver as dificuldades cotidianas dos agricultores, principalmente com relação as estradas, que nesta época do ano precisa ter a garantia de um tráfego mais seguro e adequado para o escoamento da produção.

Apesar de todas as dificuldades, uma safra de qualidade impulsiona a economia local, gera empregos diretos e indiretos e promove a valorização dos produtores. Além disso, a época da vindima, entre os meses de janeiro e março, atrai turistas que buscam vivenciar a experiência de comer uvas junto ao parreiral, degustar os vinhos e sucos produzidos na região e se conectar a tradição desta época do ano, tão importante para quem vive da terra. Nesse cenário, Farroupilha vem se destacando, principalmente pela produção de uvas moscatéis. O município possui o título de Capital Nacional do Moscatel e ainda é referência como terceiro maior produtor de uva do Estado, o que impulsiona esse setor em constante evolução.

O manejo dos parreirais e as técnicas empregadas garantem a qualidade da uva