Porque o trabalho tem que continuar

Enquanto alguns profissionais suspenderam total ou parcialmente suas funções, outros não puderam fazer o mesmo, para o bem de todos nós. Neste ano, nosso reconhecimento pelo Dia do Trabalho é direcionado especialmente às pessoas que enfrentaram e ainda enfrentam o receio de adoecerem nestes tempos de pandemia do novo coronavírus porque para elas, parar está fora de questão

Primeiro de maio chegou. Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador, como ficou instituído o feriado nacional, nas décadas de 30 e 40, em comemoração aos trabalhadores e para confraternizações das classes operárias. 

É pausa nas atividades para a grande maioria, como para as entrevistadas desta matéria que tem o objetivo de homenagear a todos os profissionais, especialmente aqueles que nestes tempos de quarentena continuaram exercendo suas funções, consideradas essenciais. Vera, caixa de supermercado, e Viviane, farmacêutica, são exemplos de pessoas que vencem o receio e saem de casa todos os dias para que todos possam ter suas necessidades atendidas.
Também tentamos contar a história de outro profissional de uma classe que tem trabalhado muito, a dos motoboys, mas infelizmente, a timidez falou mais alto naqueles que contatamos. 

De qualquer forma, fica aqui o nosso muito obrigado a todos que continuam suas rotinas, ressaltando a essencial atuação do pessoal da saúde e da segurança. 

 

Viviane Pasa
38 anos

“Gosto muito da minha profissão. Sou farmacêutica há 11 anos e trabalho na Drofar há 15. É gratificante poder colaborar para melhorar a saúde e a qualidade de vida daqueles que necessitam.

Além da função de farmacêutica, sou proprietária da loja de roupas Cúmplice e tenho uma filha de três anos, a Isabella. Conciliar tudo não é uma tarefa fácil, meu grande desafio é superar a culpa de ter muito pouco tempo para ficar com minha filha, mas reconheço que assim como a maternidade, a carreira profissional também faz parte dos meus anseios.

No início da pandemia, minha rotina mudou bastante, pois tive que manter a loja fechada por 20 dias. Na farmácia adotamos inúmeras medidas de prevenção e também reduzimos o horário de atendimento, encerrando às 18 horas.

Continuar exercendo minha função em tempos difíceis como este representa honrar com aquilo que prometi no dia da formatura: ‘Orientar sempre, sem nunca me impor, auxiliar no que for possível não pensando em gratificações e agradecimentos’. 

Os dias estão sendo desafiadores, pois trata-se de uma doença que se transmite com facilidade e pelo fato de a farmácia ter um grande fluxo de pessoas, há uma grande exposição. Meu maior medo não é de contrair a doença e sim de passar o vírus para familiares.

Sou grata por ter um trabalho que amo e agradeço também por ter uma equipe que trabalha todos os dias ao meu lado”.
No 1º. de maio vai passar o dia ao lado da família.

 

Vera Lúcia Czarnobai
58 anos

“Trabalhar na quarentena tem sido normal para mim porque não mudou minha rotina, mas vejo que tudo está muito diferente, as pessoas estão mais cuidadosas, há mais higienização nos caixas até porque o mercado Lazzari preza pela segurança, tanto dos funcionários quanto dos clientes e para isso nos fornece máscaras, luvas, álcool e proteção de acrílico nos caixas e há horários diferenciados para idosos, medição de temperatura, fitas no chão para demarcar distanciamento, higienização de carrinhos e cestinhas entre outros.

No começo tive um pouco de medo sim, mas com o passar dos dias, fui perdendo porque ouvi muito o que falavam as autoridades no assunto e me tranquilizei, sem deixar de tomar todos estes cuidados necessários.

Gosto muito de ser operadora de loja e caixa no Mercado Lazzari, onde trabalho há quase seis anos, porque com doenças ou não, todos precisam se alimentar e além de ajudar as pessoas que precisam ainda mantenho meu emprego e meu próprio sustento, o que é muito importante,  pois é como consigo pagar meus compromissos e, junto ao meu marido Roy, realizar muitos sonhos nossos”.

No dia 1º. de maio ela estará de férias e descansando.