O trabalho de uma vida foi destruído em poucas horas

Silvestre Santos
silvestre@ofarroupilha.com.br

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Nem as fotos do que foi o primeiro reservatório d’água e usina geradora de energia para abastecer a população de Farroupilha – inaugurada em 1926, que estavam na parede da sede da empresa, sobraram. O aguaceiro que caiu sobre a Serra Gaúcha praticamente devastou o Parque Cascata da Usina, empreendimento turístico localizado a menos de 15 quilômetros – ou cerca de 20 minutos de carro – do centro de Farroupilha. “Foi o trabalho da minha vida, e da minha esposa, construído ao longo de 24 anos, que acabou em poucas horas”, diz o empresário Raul Fernando Andeglieri, que fundou o espaço com a esposa, Sandra Regina, no ano 2000.

A área, com cerca de dois hectares nos quais estavam distribuídos dois parques infantis, seis quiosques com estrutura que incluía geladeira, fogão, churrasqueira e mesa com cadeiras, além de 35 mesas com churrasqueira à sombra das árvores, banheiros com chuveiros, pontos de energia em todo camping, área de pesca, campo de futebol sete, quadra de vôlei e bar, praticamente deixou de existir. “Pelo menos 80% do que tinha aqui foi destruído pelas águas”, lamenta Raul. “Até a represa centenária que servia de base para primeira usina da cidade ficou totalmente cheia de árvores e terra que vieram com as chuvas”, conta ele.

De acordo com Raul, o Parque Cascata da Usina foi duramente fustigado pelo aguaceiro na madrugada de 2 de maio, por volta das 3h. Segundo ele, as churrasqueiras estrategicamente espalhadas pela área de camping foram, praticamente, todas levadas, ou danificadas. As águas invadiram a casa e o bar do parque, alcançando cerca de um metro de altura e provocando a destruição de praticamente todos os móveis. “Estragou muita coisa. Nem deu para fazer as contas, ainda, do tamanho do prejuízo que a gente teve, mas foi muita coisa perdida”, afirma.

“Estávamos planejando abrir a visitação da cascata grande e fazer uma estrutura para o pessoal que gosta de trilhas mas agora vamos ter que dar um tempo”. – Raul Fernando Andeglieri, proprietário do Parque Cascata da Usina

Conforme Raul, o Parque Cascata da Usina, que fica na Linha 30, recebe, em média, em torno de cinco mil visitantes por ano, nas chamadas “temporadas altas”, que vão de setembro a abril, todos recepcionados por ele, a esposa Sandra, e os filhos, de 25 – que trabalha na empresa – e 14 anos. Sem energia elétrica e sinal de internet até o meio desta semana, Raul garante: “vou continuar, claro. Conto com toda ajuda possível nesta hora e com a força da minha esposa e meus dois filhos. Vou reconstruir sim, com certeza. Eu vivo disso, só sei fazer isso”, afirmou, lembrando que até uma mobilização comunitária já se estruturou, a seu favor.

Campanha

Para ajudar a reconstruir o Parque Cascata da Usina, doações são aceitas por meio do pix, chave 54 9 9633-6145.
Mais informações no whatsapp: 54 9 9922.3318

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