“Não é uma sentença e sim uma condição que requer cuidados”
No Brasil, estima-se que existam seis milhões de brasileiros com o diagnóstico de TEA

Fabíola Rodrigues de Medeiros
Educadora e mãe de Maitê
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O Dia Mundial de Conscientização do Autismo foi celebrado em 02/04, data estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2007, com o objetivo de aumentar a conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e reduzir a discriminação e o preconceito que cercam as pessoas com o transtorno. O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta a capacidade de comunicação, socialização e comportamento e de acordo com a OMS, cerca de 70 milhões de pessoas no mundo possuem o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Dados da agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, Centers for Disease Control and Prevention (Centros de Controle e Prevenção de Doenças), estimam que existam seis milhões de brasileiros autistas. O Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) incluiu pela primeira vez uma pergunta sobre autismo, o que permitirá um mapeamento mais preciso da população autista no país. Os resultados desse censo são aguardados para fornecer dados mais detalhados e atualizados sobre a prevalência no Brasil.
Importante
Com o apoio adequado e um ambiente inclusivo, indivíduos com TEA podem desenvolver suas atividades e contribuir significativamente em diferentes áreas da sociedade, demonstrando habilidades excepcionais em campos como ciência, arte e tecnologia.
Uma jornada de
amor e descobertas
“A vida da nossa família mudou completamente quando a Maitê – com apenas dois aninhos -, passou por uma experiência traumática. Durante consulta odontológica, a sua chupeta, seu maior conforto, foi cortada pela odontopediatra de forma inesperada. A reação dela foi imediata e intensa. Após esse triste e inesperado episódio, ela parou de falar, evitava contato visual e demonstrava muita raiva. Quando aconteceu o forte impacto emocional com a Maitê, eu não sabia nada sobre o transtorno, muito menos que a criança poderia ter um autismo regressivo, que foi o caso dela. Com o tempo, percebemos que algo estava diferente. A Maitê, antes tão alegre e comunicativa, parecia não ter brilho nos olhos. A jornada para descobrir o que estava acontecendo foi longa e desafiadora. Foram três anos de terapias, avaliações e incertezas, até recebermos o diagnóstico de autismo.
Confesso que foi um choque. Sentimos medo, insegurança e até mesmo culpa. Mas, com o apoio de profissionais especializados, aprendemos que o autismo não é uma sentença, e sim uma condição que requer cuidados e acompanhamento adequados. Para me conectar melhor com a Maitê, mergulhei nos estudos sobre desenvolvimento infantil e me especializei em diversas áreas, como coaching e análise do comportamento. Descobri que existem diversas ferramentas e técnicas que podem nos ajudar a fortalecer o vínculo com nossos filhos e melhorar a comunicação.
Hoje, posso afirmar que a nossa relação é incrível. A Maitê é uma menina especial, com suas particularidades e talentos. E eu, como mãe, aprendi a valorizar cada conquista, por menor que seja. Se você, como eu, está passando por essa jornada, saiba que não está sozinha (o). Existem muitas famílias enfrentando os mesmos desafios e buscando informações e apoio. Compartilhar nossas experiências e trocar conhecimentos é fundamental para que possamos oferecer o melhor para nossos filhos. autismo é uma parte da rica tapeçaria da diversidade humana. Nós, mães, aprendemos a amar de um jeito mais profundo, a ter mais paciência e a celebrar as pequenas conquistas. Nós aprendemos que a felicidade não tem um manual e que cada um tem seu próprio ritmo, habilidades e comportamentos. E o mais importante: aprendemos que o amor não tem limites. O amor que sentimos pelos nossos filhos é a força que nos move e nos faz querer um mundo mais justo e inclusivo para todos”.
Em Farroupilha
- A Prefeitura de Farroupilha iniciou as ações da 1ª Semana de Conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista, cuja abertura oficial aconteceu no salão nobre, no dia 1/4.
- Com o tema “Autismo: um jeito diferente de sentir.”, o objetivo de difundir informações sobre o autismo e assim reduzir a discriminação e o preconceito que cercam as pessoas com o transtorno, além de incentivar a participação da comunidade na discussão sobre o autismo, promover a acolhida, a informação e a inclusão das pessoas autistas e de suas famílias e garantir a acessibilidade e a igualdade de oportunidades para as pessoas autistas.
Confira as atividades
- Dia 5/4/2025 – Sábado
- 8h30min às 9h30min
- Caminhada Azul – Conscientização sobre o Autismo
- Local de Saída: Praça Igreja Matriz
- Local de Chegada: Parque dos Pinheiros
- 9h30min às 11h30min
- Distribuição de folders e troca de informações com a população.
- Aplicação de Auriculoterapia – Elisabete Pozza e Silvana Guilden.
- Dia 7/4/2025 – Segunda-feira
- Local: Câmara de Vereadores
- 18h – Fala sobre TEA com a professora atípica da AMAFA Anelise Gajardo Almeida.
- Dia 10/4/2025 – Quinta-feira
- Local: AMAFA – Rua Alfonso Menegotto, 919 Vicentina.
- II Mostra de Arte – 8h às 11h.
- Dia 13/4/2025 – Domingo
- Local: AMAFA – Rua Alfonso Menegotto, 919 Vicentina.
- 13h às 18h – Piquenique Cultural Viva a Inclusão.
- Dia 15/4/2025 – Terça-feira
- Local: Salão da Comunidade Luterana – Rua Prefeito Baungartner, 31, Bairro do Parque.
- 19h – Bingo da AMAFA.
- 26/4/2025 – Sábado
- Local: Blend Container Hamburgueria.
- 10h às 13h – Autismo no Ritmo do Sabor (somente para atendidos na AMAFA).
- 28/04/2025 – Segunda-feira
- Local: Câmara de Vereadores.
- 18h – Fala sobre TEA com representantes do MOAB.
Mais informações
- Comunicação: crianças com autismo podem ter dificuldades em se comunicar verbalmente ou preferir formas não-verbais, como gestos ou desenhos. É importante respeitar a forma como cada criança se expressa e buscar formas de facilitar a comunicação.
- Socialização: a interação social pode ser desafiadora para muitas crianças com autismo. Elas podem ter dificuldades em entender as regras sociais e em fazer amigos. A paciência, a empatia e a criação de ambientes inclusivos são fundamentais para facilitar as conexões sociais.
- Comportamento: comportamentos repetitivos e estereotipados são comuns em crianças com autismo, os quais podem ser uma forma de lidar com a ansiedade ou a sobrecarga sensorial. É importante entender a função desses comportamentos e buscar estratégias para ajudá-la a lidar com suas emoções. Cada criança com autismo é única e merece ser valorizada por suas diferenças.
Para os pais
- Busque informações: quanto mais você souber sobre o autismo, mais preparado estará para apoiar seu filho.
- Estabeleça uma rotina: a rotina proporciona segurança e previsibilidade, o que pode ser muito benéfico para crianças com autismo.
- Seja paciente e compreensivo: as crianças com autismo aprendem em seu próprio ritmo. Seja paciente e celebre cada pequena conquista.
- Busque apoio: não se isole. Conecte-se com outras mães e pais de crianças com autismo e participe de grupos de apoio.