Inflação, e agora?! Qual a consequência na vida das pessoas?
Após a criação do Plano Real em 1994 um longo período de estabilidade inflacionária norteou a vida dos Brasileiros, obviamente,
Após a criação do Plano Real em 1994 um longo período de estabilidade inflacionária norteou a vida dos Brasileiros, obviamente, nem tudo foram flores no decorrer destes anos que se passaram, mas, a palavra inflação é praticamente desconhecida pela “geração real”, talvez somente os mais antigos e os estudiosos do assunto, tem clareza dos impactos que ela causa no cotidiano das pessoas.
Escrevo este artigo de forma simples, com base em conversas que desenvolvo com meu amigo e Vereador de Farroupilha Drº Thiago Brunet, que está sempre interessado em melhor compreender os fenômenos que impactam na vida da comunidade, seja na saúde, ou como neste caso, a economia.
COVID-19! Após essa palavra quase tudo em nossa vida mudou, foi um verdadeiro chacoalhão, e junto com todo o resto, que não é pouco, veio também a desestabilização do mercado mundial e consequentemente um processo inflacionário com aumento continuo e generalizado de preços.
Medidas restritivas foram tomadas, portos, aeroportos, indústrias, comércios e serviços foram paralisados a nível mundial, entregas deixaram de ser feitas, contratos de serviços foram suspensos, o mundo dos negócios precisou parar e isso gerou diversas rupturas na cadeia de fornecimento global. Reorganizar tudo levará ainda algum tempo, e infelizmente, teremos que conviver com a alta de preços devido a escassez de matérias primas em praticamente todos os segmentos de mercado.
A parte mais cruel da inflação! “Ricos mais ricos e pobres mais pobres”, entenda por que: Para conter a subida dos preços o Banco Central (BACEN) utiliza o mecanismo de elevação da Taxa Selic, na prática, essa ação necessária, faz com que o dinheiro fique mais caro, criando um freio no consumo das famílias. Neste ponto então temos um efeito colateral inevitável, onde os cidadãos com reservas de recursos em instituições financeiras passam a receber mais pelo seu dinheiro aplicado, já as pessoas financeiramente mais humildes, que não tem dinheiro guardado na poupança, no caso algo em torno de 65% da população, passam a consumir cada vez menos, por que o seu salário está sendo corroído e desvaloriza hora a hora diante da alta de preços.
Alguém poderá dizer: Hora, os preços sobem para todos! Correto, todos perdem poder de compra diante de um cenário inflacionário, porém, proporcionalmente a renda, as famílias mais pobres sentem muito mais os efeitos, já que os itens básicos para o sustento representam boa parte do salário destas pessoas, diferentemente do perfil de consumo daqueles que estão em uma faixa de ganhos superior e que por ventura estão ainda protegidos pela rentabilidade das suas aplicações. Nada contra o mérito de ser poupador, muito pelo contrário, o país precisa muito de poupança.
Tudo que está sendo dito aqui não é novidade para nenhum governo, a grande questão é: Como conseguir manter a estabilidade econômica em um cenário de pandemia que continuamos vivenciando?
Neste momento até mesmo economias mais robustas como EUA, China e Alemanha estão sofrendo com inflação e desabastecimento, aqui no Brasil não é diferente, mas, quando paramos para olhar nossos vizinhos da América do Sul, percebemos que nossa performance ainda é uma das melhores, se não for a melhor! O Brasil é dono de uma economia muito diversificada e está passando por um processo de melhoria gradual na sua infraestrutura, estradas, portos, ferrovias, aeroportos, transposição de águas para regiões áridas, geração de energia elétrica, entre outros. Tudo isso está ajudando a atenuar efeitos inflacionários ainda mais severos que poderíamos estar sofrendo, além de que, irá permitir caminharmos mais rápido para um momento menos turbulento que o atual.
Precisamos seguir com as reformas estruturantes previstas, é necessário uma máquina pública mais enxuta, com folga para realizar investimentos em prol da população, precisamos simplificar nosso sistema tributário, o atual consome a energia das empresas e afeta sua competitividade, precisamos diminuir custos sobre a folha de pagamento e transferir mais dinheiro para a mão do trabalhador, para que ele possa comprar mais com o seu salário, com as pessoas comprando mais, consequentemente, o governo estará arrecadando mais impostos, mas agora sobre o consumo e não mais na fonte geradora de renda. É isso, na minha opinião, que vai nos permitir atingir índices de um país desenvolvido e com inflação controlada.