Diferenciação – Um caminho a ser desbravado

Coluna Opinião

ELO-PSI:

VERÔNICA GEORG SINHOR

(Psicóloga CRP 07/2273-2)

Por que falar sobre diferenciação? Percebo movimentos sociais que trazem à tona o assunto da intolerância com as diferenças. Sejam diferenças: físicas, ideológicas, políticas, gênero, raça, etc. Vou destacar os principais fenômenos que interferem nesse impasse das diferenças.

A criança adquire a noção de quem se é a partir de suas experiências educacionais (casa, escola), mas, concomitante a isso, a identidade pessoal também é modulada pelo aprendizado social e cultural. Os costumes de cada família, época em que vivem, as lições de como a pessoa deve se portar, são como um modus operandi social. Isso é algo tão consolidado no psiquismo do ser, que fica enraizado na personalidade de todos.

Muitos estudos apontam estarmos vivendo a era de uma cultura narcísica. Isso quer dizer que, a sociedade está fria pela falta do sentir, ou seja indiferente. Isso promove uma cultura egocêntrica. Cria-se a ideia de bolha social: conviver só com quem é muito parecido a mim e evitar conviver com quem não é. O contexto promove a ideia que, para alcançar um bom patamar nessa sociedade é preciso ser da forma como a maioria é. Afinal de contas, quem for diferente disso será visto com inferioridade, desvalia.

Posso elucidar esse movimento cultural através da mídia social conhecida, o Instagram. Publicações visando uma perfeição, corpo perfeito, muitas vezes em desacordo com quem a pessoa é na vida real. Fotos alegres incondizentes com seu real estado de humor. Além de diversos programas editores de imagem que modificam a foto original para se adequar ao padrão.

Quando alguém vive preocupado em atender esse padrão é sinal que oferece mais valia pros outros, do que para si. Buscando que o outro diga quem se deve ser.

Quando essa decisão ocorre de dentro pra fora, é você que define quem é… independente de imperfeições.
Quero salientar que não estou desmerecendo o valor do estético, pois ele tem sua importância, porém considero critico quando ele é o único valor considerado pela pessoa.

Precisamos sair dessa cultura das sardinhas em que todos somos iguais e que a cultura nos impele a seguir essa tendência. Cabe à nós sermos agentes da mudança e propiciar um coletivo mais saudável para todos.
A forma mais eficaz de obter esse crescimento social é se colocar no lugar de aprendiz e pensar que todas pessoas tem seu valor e que podemos aprender com as diferenças, inclusive em nos diferenciarmos em nossa subjetividade. Assim conseguimos enriquecer o valor interno.

Já parou pra analisar: O que se pode aprender com os outros? Como ser uma versão melhor de si mesmo? O que esse texto despertou em você?

Quanto maior autoconhecimento maior a gratificação. Fica a reflexão!