A realização que vem do trabalho

A qualidade de vida está diretamente ligada ao caminho profissional, seja escolhido ou não. Por isso é indicado que sejamos
felizes com a atividade que realizamos. Neste 1º de maio, exemplos de pessoas que estão neste patamar. Um bom jeito de comemorarmos o Dia do Trabalhador

Semana que vem tem feriado bem na quarta-feira, quando será comemorado o Dia do Trabalho, ou Dia do Trabalhador, referência também usada em nosso país. Pausa para a maioria dos profissionais, embora nem todos usufruam dela.
Seja como for, passaremos pela data desempenhando o papel que escolhemos em nossas vidas, ou aquele que oportunamente desenvolvemos, pois nem sempre se trata de escolha. 

De uma forma ou de outra, a atividade profissional que temos acaba nos definindo em muitos aspectos, o que vai além de ser a responsável pelas conquistas materiais que somamos ao longo do caminho.

Portanto, dia primeiro de maio é o seu dia, é o meu dia, independente do trabalho que realizamos porque lá em 26 de setembro de 1924 oficializou-se, no Brasil, o feriado nacional em comemoração aos trabalhadores e para confraternizações das classes operárias. O presidente Getúlio Vargas, nas décadas de 30 e 40, passou a chamar de “Dia do Trabalhador”. 

Em comemoração à data – que surgiu no século 19, nos Estados Unidos, por causa de uma reivindicação de trabalhadores por melhores condições de trabalho, seguida por conflitos que causaram mortes – retratamos a história de quatro profissionais que atuam em nossa cidade. Cada um em seu segmento, envolvidos com a vida e com tudo o que existe nela.

 

Christiane Araújo

Ela é mãe do Arthur, seis anos, e da Ana Carolina, 2 anos e sete meses; trabalha na Pavan, é estudante de Psicologia e professora de dança. Dentre todas as atividades, ressaltamos a dança na vida de Christiane Araújo. Dança Vivencial ao Sagrado Feminino. Nome diferente para uma atividade também diferente. “É uma dança que mescla a árabe, a cigana e a holística porque buscamos o Sagrado Feminino para liberarmos os bloqueios que carregamos sem necessidade. Os movimentos da dança trazem benefícios para o corpo, para a mente e para a alma”, enfatiza a professora.

O Sagrado Feminino busca resgatar a essência feminina, conectando a mulher consigo mesma e com a natureza. “A dança é uma prática terapêutica que permite à pessoa se reconhecer como realmente é, se admirar. Não há indicação de idade, nem de gênero. Basta querer e começar a dançar”, diz Christiane.

A moça, natural de Rosário do Sul, está em Farroupilha há 16 anos e aos 29 diz que é muito feliz com o que faz hoje. Tanto é que nos planos há a junção da Psicologia, da dança e da fotografia. “Tenho um projeto ao qual pretendo dar andamento e ele está ligado a algo terapêutico para beneficiar as pessoas. Amo o que eu faço”, afirma.

A dança entrou na vida de Christiane aos 14 anos. Em 2010, o primeiro contato com a dança árabe e em 2011 ela já fazia parte do famoso espetáculo multicultural de danças Al Nur, da Companhia de Dança Michele Pletsch, profissional e amiga incentivadora do caminho tomado por ela.

O retorno financeiro está muito aquém da paixão que Christiane tem pelos movimentos corporais, mas ela segue em frente, guiada por sua intuição. “Sinto que tenho que persistir, pois quase não tenho lucro com as aulas, mas preciso fazer algo diferente por estas pessoas e por mim mesma. Sou muito grata à Michele pelas oportunidades que me deu na dança”, confessa.

Cumprindo tantos papéis, no feriado de Dia do Trabalhador Christiane quer apenas dar atenção e passear com os filhos.

*Dança Vivencial ao Sagrado Feminino, às sextas-feiras, às 20h30, na Academia Nova Geração. Fone: 9 9989-9746.

 

Igor Charles Zanotto

Quando Igor nasceu, o pai Carlos já era músico, o que facilitou o desenvolvimento da inteligência musical do menino, que aos 12 anos começou a tocar guitarra ao lado do progenitor.

Os dez anos seguintes, hoje Igor tem 22, serviram para ensiná-lo a tocar acordeon, violão, guitarra, teclado e viola caipira. Tornou-se professor destes instrumentos. “Ensino o básico de todos eles, mas meu preferido é o acordeon”, diz o professor que tem mais alunos de violão.

Natural de Içara, em Santa Catarina, o jovem que ministra as aulas em sua própria casa e nas residências dos alunos tem planos em relação ao trabalho que desenvolve e sobre o qual tem uma opinião muito bem formada. “Professor para mim é a profissão mais importante do mundo, pois a pessoa pode até aprender algo sozinha, mas não vai aprender tão rápido ou da forma certa. Quanto mais o aluno aprende, mais feliz eu fico. Eu me imagino com uma rede de escolas de música e tocando com grandes músicos”, conta.

Para alguém que tem uma relação tão forte com a música, poder viver dela é uma benção, como concordaria qualquer artista que alcança as conquistas por sua arte. “Música é a minha vida, é algo que alegra as pessoas e representa simplesmente o que eu sou”, resume o professor que assume a felicidade pelo trabalho que realiza, ainda mais quando vê um aluno começando a tocar.

Igor possui aproximadamente 30 alunos e segundo ele, até poderia estar ganhando mais dinheiro. “Ganância não é meu forte. Eu só trabalho para conquistar um futuro melhor. Tudo o que meu pai ensinou me ajudou muito e eu levo minha profissão a sério, pois quero crescer com ela”, pontua.

O que Igor vai fazer no feriado do Dia do Trabalhador? Fácil adivinhar. “Um aluno amigo me convidou para tocar uma gaita em um churrasco que ele vai fazer. Eu vou de bom agrado, porque para mim música não é só trabalho, também me divirto muito”, finaliza como todos que amam o que fazem.

*Telefone do professor Igor: 54 99658-9335

 

Francis Fontanella

O farroupilhense de 38 anos, que cursou cinco semestres de Engenharia Mecânica, tem um trabalho que causa receio em muita gente e é encarado por ele com muita naturalidade e respeito, como pede a função: ele é agente funerário no Memorial São José, Grupo L Formolo.

“Acredito ter uma missão, fui escolhido, então tenho que dar o melhor de mim, minha satisfação e recompensa é ter meu coração tranquilo por tentar fazer o melhor para amenizar uma dor”, diz.

Segundo ele, o conhecimento sobre as atividades que exerce foi adquirido em uma viagem, quando conheceu um casal proprietário de uma casa funerária. “Lá entendi como tudo era feito. Algo muito bacana, realizado com amor, respeito e dedicação”, ressalta.

Todo o equilíbrio emocional necessário faz parte da transformação interna que Francis notou em si mesmo nestes dois anos de contato frequente com a morte. “Hoje tenho maior tranquilidade, equilíbrio, sou mais atencioso, mais dedicado aos filhos, mais compreensivo. Mudou minha forma de pensar sobre tudo. Aprendi a não só valorizar a vida, mas também as pessoas, a família, as coisas mais simples. A espiritualidade é mais presente”, analisa.

Para ele, a morte é “o momento mais doloroso na vida do ser humano”. “Também tenho em mente que não temos a capacidade necessária para entender a morte, mas Deus sabe o porquê de todas as coisas”, afirma o profissional que diz sentir-se mais preparado a cada dia que passa.

“Sempre temos algo a aprender. Tenho colegas que me ajudaram muito a ter uma visão extraordinária sobre todas as ocasiões do cotidiano e o que cada uma delas exige. Amo meu trabalho e a paz que sinto ao realizar com excelência a minha missão, algo que vai muito além daquilo que o dinheiro pode me proporcionar”, afirma seguro.

Francis, mais que as outras pessoas, sabe que o “futuro é incerto” e por isso diz que prefere pensar em um dia de cada vez. De qualquer forma, sem muitos planos, ele já sabe o que vai fazer no feriado: trabalhar.

 

Cris Guerra

Com 15 certificações na área da estética, a catarinense Cris Guerra, 34 anos, já trabalhou na terra, com telemarketing, com vendas, em malharia e em posto de saúde. Mãe de dois filhos: Mateus, 11 anos e Davi, 8, ela está há dez anos na área da beleza. Começou como manicure, depiladora e designer de sobrancelhas. 

“Descobri o amor pela profissão, busquei aperfeiçoamento e fui direcionando para a micropigmentação.  Não foi um caminho fácil porque a área requer muita técnica e preparo e eu levo isso muito a sério. Treino muito pra atingir a perfeição nos meus trabalhos, o que considero indispensável para a cliente sair satisfeita e feliz com o resultado,” diz a profissional que possui mais de dez certificações em micropigmentação.

Recentemente, Cris fez uma especialização pela Phi Academy, a maior academia de microblading do mundo, fundada pelo criador da técnica Branko Babic. Agora ela é uma Artista Internacional Phibrows, título concedido apenas aos que passam pelos níveis de excelência exigidos. A única em Farroupilha. “Realizei um dos maiores sonhos na minha vida profissional! A Phibrows detém o que existe de melhor no mundo, desde equipamentos e produtos até técnicas e treinamentos, que só são disponibilizados aos seus artistas e alunos. Para mim e para as minhas clientes é um salto gigante em qualidade de resultados”, explica, ainda mencionando que devido ao seu desempenho foi presenteada com uma especialização em pele, a Skin Expert, também desenvolvida pela Phi Academy.

Cris diz que é muito feliz com seu trabalho e que tem planos para o futuro. “Pretendo seguir me aperfeiçoando e crescer dentro da academia. Quero cursar biomedicina estética para poder cuidar melhor de minhas clientes. Cada cliente é única e realmente especial para mim. São mais de 300 e faço questão de, com meu jeito simples, fazer a diferença para elas de alguma forma”, afirma.

No Dia do Trabalhador ela pretende dedicar um tempo para a família e separar alguns momentos para estudar e treinar, já que possui uma agenda intensa de trabalho durante a semana.

*Cris Guerra atende na Mari Di Mila Estética, fone: 3035-4498