Menos sacolas para mais sustentabilidade

Em alguns dos maiores supermercados do município, a ideia de substituir as sacolas plásticas por embalagens mais ecológicas ainda é distante. Na capital paulista a lei contra o uso está suspensa, mas acordo entre entidades faz a campanha continuar e receber fiscalização

Tatiane De Bastiani

Muito se comenta a respeito do uso ou não das sacolas plásticas nos supermercados. Em São Paulo, a lei aprovada ano passado para suspender o uso (Lei nº 15.374), por enquanto está suspensa, pois o Sindicato da Indústria de Material Plástico do estado teve seu pedido concedido pela liminar desta lei. Ao mesmo tempo, no dia três, última sexta-feira, foi firmado acordo entre a Associação Paulista dos Supermercados (Apas), Procon-SP e Ministério Público do Estado de São Paulo, para pôr fim à cultura do descarte em toda a capital paulista.

Portanto, os supermercados paulistanos estão proibidos de vender ou distribuir sacolas descartáveis de qualquer tipo, mesmo sem o vigor da lei. Ao mesmo tempo, devem oferecer uma alternativa gratuita para o transporte das compras. Cabe ao Procon-SP e ao Ministério Público fiscalizar o não cumprimento aos termos do acordo. O consumidor será informado que as sacolas descartáveis não serão mais distribuídas nem vendidas a partir do próximo dia 3 de abril e a partir de então, deverá levar outros tipos de sacolas, que sejam reutilizáveis, quando for às compras.

Em Farroupilha, os gerentes de algumas das principais redes de supermercados concordam que a situação do uso das sacolas precisa ser revista. “Como está é comodo, mas pensando pelo lado ecológico, é preciso mudar”, constata Tiago Ravasi Biscaglia, gerente de loja do supermercado Andreazza.

Para Gilberto Nienov, proprietário do Multi Mercado Farroupilha, a melhor medida seria passar a cobrar as sacolas plásticas. “Quando o cliente é cobrado, ele passa a pensar sobre aquilo”. Mas segundo a lei agora suspensa no município de São Paulo, não é permitida a cobrança das sacolas. Já para Ronivaldo Carvalho, gerente de loja do supermercado IMEC, isso pode causar a visão de que a sacola é como um produto, mas também não descartaria a hipótese de passar a cobrá-las.

Independente do que precisar ser feito, todos compartilham a opinião de que a substituição das sacolas plásticas por outras mais ecológicas ou uma mudança de tratamento deste item, considerando-o como mais um produto junto à compra, é algo que precisa ser revisto. Afinal, o número de sacolas é cada vez mais crescente e com isso também cresce a poluição com índices até difíceis de serem medidos, devido ao alto crescimento.

Cidades sem sacolas
Na capital mineira, Belo Horizonte e na cidade paulista Jundiaí, os supermercados não oferecem sacolas plásticas.
Andreazza

Sacolas Plásticas: cerca de dez mil sacolas por semana são distribuídas pelo mercado que também oferece treinamento aos funcionários para utilizarem o máximo de produtos possíveis em cada uma delas.
Embalagens Alternativas: em uma semana, apenas cinco ou seis pessoas usam outras embalagens para compras.

“Sou a favor de termos uma lei contra o uso das sacolas plásticas nos supermercados. Quanto a cobrar por elas acho injusto, pois estes custos já estão inclusos nos produtos”, explica Biscaglia, gerente de loja. A rede Andreazza já apresenta outras opções de embalagens em sua matriz de Caxias do Sul. Para Farroupilha, ainda não há.

Imec

Sacolas Plásticas: cerca de oito mil sacolas por semana são distribuídas pelo mercado.
Embalagens Alternativas: nem 1% da população que frequenta o supermercado em uma semana, realiza suas compras com outros tipos de embalagens.

“O povo desta região é bastante cuidadoso e consciente, acredito que se necessário, se adaptariam facilmente”, constata Carvalho, gerente de loja. O gerente ainda comenta que a rede vem pensando em trabalhar com embalagens alternativas, mas por enquanto não há outra opção além das sacolinhas ou então, caixas de papelão.

Multi Mercado Farroupilha
Sacolas Plásticas: cerca de três mil sacolas por semana são distribuídas pelo mercado.
Embalagens Alternativas: apenas três ou quatro pessoas em uma semana trazem embalagens alternativas para compras.
“As pessoas não aceitam a troca de embalagens por modelos mais ecológicos. A melhor medida seria cobrar as sacolas plásticas”, pensa Nienov, proprietário do mercado. A rede Multi Mercados é composta por quatro mercados: Econômico – bairro Volta Grande, Valer – bairro São José, Farroupilha – bairro Medianeira e Fernandes – bairro 1º de Maio, todos tem opções de embalagens retornáveis.

Alternativas

Para quem quiser continuar usando sacolas plásticas e aproveitá-las para o lixo, existem opções de plásticos menos nocivos ao ambiente.
Sacolas Oxibiodegradáveis: se decompõem em cerca de 18 meses
Plástico verde: é feito a partir da cana de açúcar
Plástico feito de amido de milho: nem sempre amarelo, se decompõem em cerca de quatro ou seis meses
Plástico Reciclado: é aquele dos sacos de lixo
E há ainda as sacolas ecológicas feitas de algodão, lona ou papelão.