Um discurso histórico pela Semana da Pátria
No dia 04 de setembro, o Legislativo farroupilhense homenageou a Pátria em Sessão Solene, com o Hino Nacional sendo tocado pelo pianista Luiz Henrique da Silva. Representando a Câmara de Vereadores, o vereador Edson Paesi (PP) fez uso da Tribuna e, em seu espaço, trouxe para a memória do público presente a importância de Revoltas e Movimentos, registrados na história, como atos em busca de um Brasil mais justo e livre. Confira a integra do discurso de Edson Paesi (Kiko).
Estamos celebrando os 201 anos da independência do brasil.
Nas narrativas românticas ou poéticas da nossa história, como expressa a letra do Hino Nacional Brasileiro, escrito por Joaquim Osório Duque-Estrada, conta que às margens do Rio Ipiranga ouviu-se de um povo heroico o bradado retumbante pela liberdade desta terra e do povo dela, ou então daria-se a vida por essa causa. E que o Sol da liberdade naquele instante brilhava no céu do Brasil. Assim também ilustra a letra do Hino da Independência – ou Hino Imperial -, de autoria de Evaristo da Veiga, jornalista, político e ativista pela Independência, que o sol da liberdade raiava no horizonte do Brasil. Em ambas narrativas, a luz do sol estava diretamente ligada à liberdade frente às trevas da exploração colonizadora.
Temos o Sete de Setembro como data oficial do dia em que o Brasil deixou de servir a Portugal. Mas devemos retroagir algumas décadas: lembremos da Inconfidência Mineira, de 1789, movimento separatista republicano que objetivava também a criação da universidade e da indústria no Brasil. Tiradentes foi enforcado por essa causa. E a Conjuração Baiana, de 1798, ou Revolta dos Alfaiates, que foi um movimento político popular ocorrido em Salvador, tinha como objetivos separar a Bahia de Portugal, abolir a escravatura e atender às reivindicações das camadas pobres da população.
Com a invasão napoleônica em Portugal, no ano de 1807, a Família Real transfere-se para o Brasil fixando no Rio de Janeiro a capital da coroa portuguesa, sendo criadas aqui a imprensa régia, o Banco do Brasil, a Academia Militar, a Fábrica de Pólvora, instituições de ensino superior, a abertura dos portos e refletindo também em mudanças culturais e de comportamento da sociedade. A vinda da Família Real teve como consequência a aceleração do processo emancipatório do Brasil. Em 1815 o Brasil deixa de ser colônia sendo declarado parte do reino unido de Portugal e Algarves. Lembremos e saudamos também Maria Quitéria, que se disfarçou de homem para alistar-se como voluntária no batalhão do príncipe, também conhecido como Batalhão dos Periquitos e lutou na guerra pela independência que ocorreu de 1823 a 1824.
A Revolução Pernambucana de 1817 e a Revolução Liberal do Porto de 1820 precipitaram o retorno da Família Real a Portugal ocorrido em 1821. Dom João VI nomeia seu filho, Dom Pedro, príncipe regente da parte brasileira do reino. Somam-se a esses fatores, a crise do antigo sistema colonial e em desgastes que resultaram em movimentos separatistas vitoriosos na América do Sul e a desgastes nas relações entre Brasil e Portugal que levaram à Independência do Brasil, proclamada por Dom Pedro I em 07 de setembro de 1822. Nesta decisão de Dom Pedro, vale ressaltar a influência de sua esposa, Maria Leopoldina e de seu fiel conselheiro, José Bonifácio.
Em 1824 o Brasil tem sua primeira constituição. Mesmo ano em que os Estados Unidos da América foram a primeira nação a reconhecer a Independência do Brasil.
O reconhecimento por parte de Portugal só viria a ocorrer em 29 de agosto de 1825, com o tratado de paz e aliança. Esse acordo também previa a indenização de 2 milhões de libras esterlinas que deveriam ser pagas pelo Brasil à coroa portuguesa. Tal quantia o Brasil não dispunha na época. Logo, a Inglaterra ofereceu-se para financiar a dívida. Porém, a Inglaterra jamais repassou tal valor à Portugal, uma vez que este possuía uma dívida de igual valor com a Inglaterra.
Ao longo destes dois séculos de independência nossa história transforma-se à cada dia com os inúmeros fatos marcantes e mudanças na sociedade.
Como nação, temos muitos desafios e problemas a superar, tais como a violência, a pobreza, a fome e as questões ambientais. A luta pela preservação de nossos direitos individuais e coletivos da nossa jovem democracia, que possamos acreditar sempre na harmonia dos três poderes para que, nenhum poder deste país por mais “supremo” que se julgue aja arbitrariamente sobre os demais poderes.
Somos a quinta maior nação do mundo em território e o sétimo mais populoso. Um país de dimensões continentais que agrega seis biomas: o Pampa, o Pantanal, a Amazônia, a Mata Atlântica, o Cerrado e a Caatinga.
De uma rica diversidade étnica, cultural e religiosa que se estende do Chuí ao Oiapoque. Terra do Samba e do Carnaval, do Forró, do Frevo, do Olodum, do Axé, dos Fandangos do Sul, da MPB, das festas e crenças folclóricas, entre outras manifestações diversas do povo.
Da pátria de chuteiras representada na camisa da seleção brasileira de futebol 5 vezes campeã mundial, sua maior paixão esportiva.
De uma imensa área litorânea e de diversas exuberâncias naturais e turísticas que atraem a atenção do mundo.
Do agronegócio que exporta alimento para todo o planeta.
Um povo alegre, criativo, trabalhador e empreendedor.
Nossos símbolos oficiais e populares são nossa identidade. Somos pretos, brancos, pardos, indígenas, mestiços, nativos ou estrangeiros que adotaram este solo que nos faz todos filhos desta mãe gentil, nossa pátria amada Brasil.