Acidente que chocou a comunidade completou 33 anos
Carlos Tranquilo De Bona e sua esposa Jovita Müller De Bona morreram na tarde de 13 de junho de 1986
Infelizmente, acidentes acontecem com frequência em Farroupilha e na região, ceifando vidas e causando luto e tristeza a muitas famílias. Para quem nunca passou por esta dolorosa experiência, eles tornam-se apenas números estatísticos e por serem recorrentes, acabam se tornando-se apenas mais um. Infelizmente, “nos acostumamos” com eles e esquecemos o quão doloroso é para quem passa por uma experiência trágica. Mas o sentimento de quem perdeu alguém numa tragédia é bem diferente, com lembranças dolorosas e inesquecíveis.
Isto é o sentimento de dona Rosália De Bona que procurou o jornal para registrar que ontem, 13 de junho, completou exatos 33 anos do acidente que vitimou seu irmão Carlos Tranquilo De Bona e sua cunhada, Jovita De Bona.
Mais que uma lembrança, uma forma de regatar um pouco da memória do casal e homenagear quem foi tão querido e faz tanta falta.
Dona Rosália guarda até hoje a página do jornal O Farroupilha da edição após o acidente no qual foi publicada a história que gostaríamos de nunca ter de contar.
Na tarde de uma sexta-feira, 13, seu irmão, Carlos De Bona (Carleto como era conhecido) e sua esposa, Jovita De Bona, morreram em um acidente que aconteceu no trevo de acesso a Caravaggio. Ao tentar cruzar o asfalto, a camioneta que Carlos dirigia Carlos (Uma Chevrolet cinza, ano 65), foi colhida pelo Caminhão Chevrolet dirigido por Carlos Kudiak, que vinha no sentido Caxias-Bento Gonçalves. Carleto e Jovita foram socorridos pelo motorista do caminhão e por populares, mas, infelizmente, devido à gravidade dos ferimentos, chegaram sem vida ao hospital.
Eles estavam voltando de Caravaggio em direção à Farroupilha depois de fazerem entrega de mudas e verduras.
Na edição de 20 de junho de 1986 a manchete do jornal O Farroupilha foi “Acidente mata casal”. Nesta edição que foi publicada na semana seguinte ao acidente o jornal contou na página 14, um pouco da tragédia que abalou a família De Bona e a comunidade. De acordo com a matéria na época, houve muita revolta na comunidade por causa da demora da liberação dos corpos para o sepultamento pelo legista. “Os corpos foram encaminhados ao IML de Caxias às 20h30, sendo liberados somente às 9h30 do dia seguinte ao acidente”. Ainda segunda a matéria, os corpos chegaram a São João somente às 11h30, para o velório e sepultamento que aconteceu no mesmo dia. Foi celebrada missa às 16h30 na capela de São João, paróquia de Nova Milano, 3º distrito de Farroupilha.
O casal tinha um filho
Na matéria sobre o acidente do casal De Bona, é possível ler o seguinte texto: “Carleto e Jovita eram casados desde 17 de dezembro de 1977. Carlos Tranquilo De Bona, 35, era filho de Angelo Augusto (falecido) e Helena de Bona. Jovita Müller De Bona, 34, era natural de Feliz, filha de Carlos Raimundo e Maria Hilda Muller. Moravam em São João, onde se dedicam à agricultura, cultivando principalmente verduras e mudas que revendiam em Farroupilha e Feliz. O casal deixa um filho, Sérgio de apenas seis anos”.