Artista farroupilhense está em Nápoles

Rosamaria Feltrin está na cidade italiana onde estuda a arte e a história dos presépios mais famosos do mundo

Em meio a criações contemporâneas e clássicas, releituras de grandes mestres como Monet, Picasso, Klimt, Michelangelo e também Aldo Locatelli, a artista Rosamaria Feltrin possui uma paixão muito especial pela Arte Sacra.

Este gosto pelo sagrado a transformou em uma das mais renomadas restauradoras de igrejas e imagens sacras. Foi isso também que levou a artista a gravar em 2009 no programa Atemporal, no canal 14, a história dos presépios que incluía também os famosos presépios napolitanos. Este programa foi divulgado entre os amigos que a família da artista possui na Itália e lhe rendeu um convite para conhecer Nápoles e aprender junto com os artistas e artesãos napolitanos a arte de fazer os presépios mais belos e famosos do mundo

A artista fica doze dias na Via San Gregorio Armeno, a famosa via onde são feitos os presépios. Ali se encontra a arte de fazer presépios, passada de geração em geração. Esta arte é única, visto que os presépios napolitanos possuem uma característica própria: na pintura e na criação dos personagens, onde pessoas comuns e cenas do cotidiano da cidade também fazem parte dos presépios. Figuras como a do padeiro, pizzaiolo, floristas e também de pessoas famosas, como, por exemplo, Diego Maradona, The Beatles e Madonna são exemplos. Essa mistura entre o sacro e o profano faz dos napolitanos exímios criadores de presépios.

A artista, para os meses de novembro e dezembro, pretende expor aos farroupilhenses uma pequena mostra dos famosos presépios napolitanos.

Presépios
O presépio napolitano surgiu em meados do ano 1020, porém eram reclusos dentro das igrejas. Foi nos anos 1700 que a nobreza de Nápoles passa a adquirir os presépios dentro dos castelos e a partir da aí, para as ruas. Existem presépios de até 3.200 peças, expostos nos museus de Nápoles.
No Brasil, existe um único exemplar do Presépio Napolitano, que foi trazido nos anos 50 por Francisco Matarazzo Sobrinho. Composto por 1620 peças o precioso conjunto do século XVIII foi doado ao Governo do Estado de São Paulo e faz parte do Museu de Arte Sacra.